Perdido resp… Esclarece.

26 agosto, 2010


Comentário recebido pelo colega Francisco por este post:

“Sr. Perdido,
É uma pena perceber que existem pessoas generalistas e que fazem questão de ridicularizar os outros como vc. Confesso que foi difícil ler um texto com tantos preconceitos.
Normalmente o preconceito é causado pela ignorância, isto é, o não conhecimento do outro que é diferente. Pelo o que escreveu, não tenho dúvidas que você nunca dirigiu em outras cidades do Brasil ou do mundo com situações bem mais complicadas. O exemplo de uma cidade que vc deve ter ouvido falar é o Rio de Janeiro. Aquela que é uma das cidades mais belas do Brasil. A dos cariocas que vc também fez questão de criticar no texto.
Enfim, não defendo os problemas do nosso trânsito, pelo contrário, busco fazer a minha parte e conscientizar os que estão ao meu lado. O texto que escreveu trata do baiano como um ser único, idéia totalmente equivocada pelo princípio das sociedades, no qual todos os indivíduos se diferem entre si e exercem funções distintas. Ao escrever este texto, a sua, por exemplo, está sendo o de tentar ridicularizar uma população com muito mais qualidades do que defeitos.
Sou um baiano que moro em São Paulo há três anos, exclusivamente por uma questão profissional, e sei exatamente o que estou falando. Vale a pena morar na Bahia. Estamos evoluindo individualmente como cidadãos e coletivamente como sociedade.
Não é o meu propósito destruir seus preconceitos e tentar convencê-lo a evitar suas críticas e deixar que qualquer tipo de sujeira faça parte das nossas rotinas. Sugiro apenas que escreva os seus textos com a mesma qualidade, mas lembrando sempre que o preconceito maléfico não gera consciência e sim discórdia.”

Resposta:

Caro Francisco, ô meu colega de cidade, veja bem, o senhor leu bem o texto? pois no mesmo está citado: “Robson Oliveira (baiano)”, no inicio do texto, pra constar quem é o autor do texto, até porque, na web, por ética inclusive, não copiamos o que por outro foi feito sem dar os devidos créditos. O que escrevi vem antes dele, quando falo da engenharia negativa de transito e total falta de fiscalização e controle.

Todavia, não discordo do que o Robson escreveu, e todos os mais de 50 baianos que tenho contato não discordaram, e sim em sua grande maioria concordaram, há quem (Nascido e criado aqui, de boa familia, boa índole, de boa formação e mais de 15 anos de carteira) ainda disse tempos depois: “Velho, esse negócio de metê o terço funciona mesmo!”, como se fosse bonito.

Uma leitora (Paulista) que migrou pra cá recentemente, em sua chegada, disse-me pelo messenger que a primeira coisa que notou aqui é que as pessoas se atacam no transito, ao invés de dirigirem.

Mas enfim, não quis ridicularizar o baiano, longe de mim esse tipo de atitude, até porque se eu achasse o baiano um ridículo ou algo do tipo, não teria migrado pra ca e muito menos ficado até hoje, sem planos de voltar pra minha amada Brasília, e olha meu caro, não to aqui por motivo puramente profissional, to pois aprendi a gostar e enxerguei de primeira, o valor dessa cidade, e dos que aqui nasceram e habitam.

Para que não haja mal entendimento de outros leitores, resolvi postar sua resposta, para que fique claro, que Salvador e os baianos, possuem seus problemas unicos e suas qualidade unicas, como qualquer outro lugar do planeta, não to aqui para medir quem ou o que é melhor, só estou aqui para contar o ponto de vista de quem veio de fora, e que ja viu muitas coisas e muitas outras capitais desse Brasil de todas as cores.

Resumindo:
O baiano tem sua própria cultura, seu jeito de ser, agir, pensar, resolver (ou não), e isso não o torna ridículo ou inferior, isso só o torna unico, como todo e qualquer povo que disponha de cultura própria.

Por fim, o blog é de todos, quem quiser enviar qualquer tipo de manifestação contra ou a favor do que aqui é publicado, como fez o nosso caro colega Francisco, sinta-se à vontade.


Andando pela cidade, dá pra ver a comunicação em massa da TranSalvador (Antiga SET, também conhecida como Serviço de Engarrafamento de Trafego, e é fato de que quando eles estão de greve a cidade flui mais) informando sobre a nova lei que obriga o uso de cadeirinha no banco traseiro para crianças de até 7 anos e meio, até ai tudo bem e muito bem!

O grande problema é:

Como ja citei em alguns posts, uma das coisas que logo se nota aqui em Salvador, é que “não existe lei de transito”, não existe pois os motoristas não seguem, e os responsáveis pela fiscalização não fiscalizam, vai desde mais da metade não saber o que é seta (ou sinalização como dizem aqui), passando pela grande maioria que fala “dias” no telefone enquanto dirige, o não uso de cinto de segurança, o esquecimento da função de uma faixa de pedestres até carregar 5 pessoas na carroceria de uma pickup, dirigindo sem cinto de segurança, tomando cerveja (conhecido como comendo água) as 12hs em uma terça (não festiva), cruzando a cidade toda. Dai eu me pergunto: Fazer essa campanha toda pra que???

Agora vejam um texto que recebi de um baiano, falando sobre os  motoristas baianos, que é uma pura realidade (é grande mas vale a pena):

Guia Rápido para Dirigir em Salvador

Robson Oliveira (baiano)
Vindo à capital da Bahia a passeio e tendo que se adaptar ao jeitinho baiano de dirigir, não se assuste. Em Salvador você verá atrocidades; você duvidará que o motorista que violentamente insiste em lhe expulsar da pista goza de boa saúde mental; você não entenderá como nós soteropolitanos, famosos no mundo por não se estressarem, nos transformamos em seres raivosos quando estamos ao volante. Não fazemos por maldade, guiamos preocupados apenas com o centro do universo, nós mesmos, os baianos, os piores motoristas do Brasil. As lições vão lhe ajudar no trânsito de Salvador.

1ª Lição: Faixas Inúteis. A pintura de faixas, quando existe, não serve para absolutamente nada. Nós não sabemos exatamente para que a via foi dividida em faixas. Passamos de uma faixa para outra, rodamos sobre as faixas “seguindo os pontinhos” como se não quiséssemos nos perder… e em qualquer curva preferimos a tangente, mesmo que a faixa ao lado esteja ocupada por algum “leso”. Acostume-se, esqueça as faixas, sinta-se livre.

2ª Lição: Parar Já. Paramos onde e quando precisamos; às vezes até ligamos o pisca alerta. Todos podem esperar um pouco. Na rua onde mal passa um carro, que diferença podem fazer cinco ou dez minutos parado até que “voinha” desça da casa de “mainha”? Se o carro da frente parar, tenha paciência, espere até que ele decida seguir ou, também é permitido, buzine alucinadamente para extravasar sua raiva, sabendo que não vai adiantar. Desconte no próximo, pare também onde e quando quiser, aqui pode.

3ª Lição: Setas Invertidas. Não temos idéia do que passava na cabeça de quem colocou aquelas luzinhas amarelas que piscam quando nossos filhos mexem naquela alavanca inútil que fica próxima ao volante. Às vezes acionamos sem querer a luzinha que pisca na esquerda ou na direita. Se desejamos ir para a esquerda, vamos, não importa se a tal luz amarela está piscando, muito menos se pisca do lado certo. Seta é coisa de carioca “isperto”, nós não precisamos de seta para guiar. Nunca sinalize em Salvador, você poderá desviar a atenção do baiano que vai ao seu lado.

4ª Lição: Meter o Terço. Metendo um terço do seu carro na frente do baiano que teria a preferência você automaticamente obriga-o a ceder em seu favor. Meta o terço em qualquer situação: em cruzamentos perigosos, ao entrar em vias rápidas, quando quiser passar à frente de algum otário, enfim, meter o terço lhe garante vantagem indiscutível. É possível que às vezes ocorra uma pequena batida, coisas da vida. Se bater saia do carro e comece a bater papo com o outro baiano. Vocês acabarão descobrindo que são parentes ou que têm amigos em comum: “Você num é irmão do Tinho? Não, sou primo. Rapaz, cê parece dimais com ele, é escrito e escarrado. Como tá Inha, cunhada do Tinho?”

5ª Lição: Emparelhar. Fique sempre ao lado de algum carro. Se ele acelerar, acelere também. Se reduzir a velocidade, reduza e permaneça “emparelhado”. Emparelhar deixa o baiano seguro. Vá juntinho, melhor seguir acompanhado. Se atrapalhar quem vem atrás não se avexe, quem quiser passar que passe. É isso mesmo, às vezes a oitenta por hora, ou a vinte, os baianos adoram andar emparelhados… e só Deus sabe o motivo.

6ª Lição: Dois Dedos. Dois dedos é a distância normalmente mantida por um bom motorista baiano do carro da frente. Colado, bem juntinho. Achamos que assim é possível aproveitar ao máximo o espaço disponível em nossas ruas. Outra vantagem em manter dois dedos do carro da frente é mostrar que estamos com pressa, que o carro da frente deve se apressar. Não importa se o motorista da frente não está atrasado como um bom baiano. O que importa é seguir colado. Não se perca, siga sempre a dois dedos do carro da frente.

7ª Lição: Fila é Para Otário. Em qualquer conversão, onde normalmente só caberia um carro, nós baianos fazemos a fila dupla, tripla, às vezes dá até para a quarta fila. Nunca espere o leso que está aguardando pacientemente a conversão, fila é para otário. Passe à frente, meta o terço, tome a preferência da conversão à força. Quem quiser que buzine.

8ª Lição: Buzina no Sinal Verde. Nós, baianos, há muitos anos disputamos o campeonato de acionamento de buzina após a abertura do sinal. Aguarde o sinal verde com as duas mãos prontas para acionar violentamente a buzina do seu carro. O recorde é de Toinho, irmão de Ninha, dois centésimos de segundo após a luz verde. Capriche na buzina, rápido, mesmo que você esteja sem pressa, mesmo que buzinar não faça nenhum sentido.

9ª Lição: Lixo no Carro Não. É, é isso mesmo que você forasteiro está pensando. Nos nossos carros baianos não pode ter lixo. Vai tudo pela janela: latinha de cerveja, fralda suja, palito de picolé, ponta de cigarro, garrafa pet. Somos muito asseados, lixo no carro não. Quem quiser que varra a rua. Acostume-se e, se do carro da frente for jogado algum objeto grande, desvie sem reclamar.

10ª Lição: O Retorno É Aqui. Nas ruas de Salvador é possível retornar em qualquer lugar. Gire o volante e, se couber, ótimo. Se não “deu jogo” dê uma rezinha rapidinha e complete a manobra. Quem quiser que espere ou se bata. Quem procura retorno é otário. Não se assuste de depois da curva der de cara com uma D20 atravessada na pista, manobrando para retornar a dez metros do retorno correto.

Boa sorte no trânsito de Salvador. Antes que eu esqueça: para dirigir em Salvador você não precisa, necessariamente, olhar para frente. Converse olhando sempre para o carona. Fale ao celular, leia, procure coisas no porta-luvas, enfim, descontraia, crie você mesmo suas regras de trânsito.”


Salve galera!

Fiquei lisonjeado  com a quantidade de “parabéns” que ouvi no dia do aniversário da minha terra natal, ta ai mais um fato de cordialidade baiana, agora, vai comentar em Bsb que é aniversário de outra cidade…

Como dizem aqui, “sê vai vê a miséra  que vai ser!”

No fundo da folia

9 março, 2010


Bom, o Carnaval oficial já acabou, teve muita gente se divertindo, muita cerveja, e… advinha onde foi parar tanta lata de cerveja?


Foto: Francisco Pedro – Mais aqui…

Notícia oficial: http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=1413799


A ex-professora Jaqueline Carvalho, que foi demitida da escola em que trabalhava após dançarTodo Enfiado‘, é a nova dançarina da banda ‘O Troco’. A informação foi confirmada na tarde desta sexta-feira (11) pela empresária (perai, EMPRESÁRIA?! JA TA ASSIM?) da ex-professora.


Jaqueline e o vocalista Mário Brasil: a dupla voltará a atacar nos palcos

Com a repercussão de um vídeo que foi divulgado no Youtube com imagens de Jaqueline dançando a música, o cantor Mário Brasil a convidou para ser dançarina da banda. Depois de negociações quanto ao valor da contratação, Jaqueline resolveu aceitar a proposta nesta sexta-feira (11).

A pró alegou que tomou ‘dois litros de whisky‘ (perai denovo! 2 lts de whisky?! Essa mulher é uma esponja? um tonel? ou a reencarnação de algum bebum da escócia?) para dançar no pagodão

Ela será apresentada oficialmente como a nova dançarina da banda durante um show no Pier 41, na Ribeira, desta noite. Toda a renda do show será doado a Jaqueline, que até então estava desempregada.

Após a polêmica, a ex-professora recebeu convites para participar de programas em todo o país e está negociando cachê para posar nua. A empresária de Jaqueline confirmou que os valores com a revista masculina ainda estão sendo acertados, mas que um acordo virá em breve.

Fonte: CORREIO DA BAHIA | Foto: Evandro Veiga

Perdido Responde (#)

8 setembro, 2009


Recebido por e-mail:
”Estou planejando morar em Salvador e gostaria de saber qual é o bairro que tem a melhor qualidade de vida da cidade. Na verdade estou procurando um bairro meio INTERIORIZADO, mas que não deixa de ter aspectos de cidade grande. Um bairro gostoso de se morar. Um bairro tranquilo e humanizado, que tenha uma boa segurança, baixos níveis de criminalidade, pouco transito, razoáveis locais de lazer, lugares ao ar livre para meus filhos brincarem [praças, parques, ruas, etc.], pouca poluição, muita natureza e povo alegre, simpático e acolhedor. Se possível, gostaria que vc me desse uma ou mais sugestões de bairros interiorizados em Salvador e que tenha uma boa qualidade de vida. Deus abençoe”.

Perdido Responde:
Cara, bairro interiorizado com aspectos de metropole, tranquilo, seguro, sem transito, com área verde, parque, praça e sem poluição, acho que não existe no brasil não. Infelizmente.

O transito de Salvador ta cada vez pior, claro que existem bairros sem transito, mas você vai ter que sair do bairro não vai?

A segurança em um geral vai de mal a pior, essa semana mesmo presenciamos um ataque  de bandidos a módulos policiais e a um carro de polícia.

Mas enfim, esta tudo perdido? não!

Bom, pra quem busca um alto padrão de vida com segurança e tranquilidade, tem o Alphaville, uma série de condominios horizontais, que contam com segurança própria, bastante verde, e posteriormente várias acessibilidades, como shoppings e afins.

Agora se o que você busca é a boemia unida a tranquilidade, tem a Barra, áreas como o Jardim Apipema, bem arborizadas, tranquilas e seguras, só deixa de ser tranquilo no carnaval, afinal ele passa por la ne…

Ou então algum dos 5 mega empreendimentos imobiliários da cidade, de condominios verticais, com áreas verdes gigantescas, parques, comodidades, segurança, lazer, parques, praças e gente alegre.

Agora, pra escolher, só estando aqui.

Boa sorte!
Conte com o perdido aqui.


Ontem eu publiquei aqui uma matéria sobre a professora que foi demitida porque estourou no Youtube um vídeo em que ela dançava a música “Todo Enfiado”.
No vídeo o cantor da banda O troco, Mario Brasil, levanta o vestido dela e estica a calcinha da professora até ficar totalmente enfiada em suas partes íntimas.
A moça das imagens é uma professora de matemática para crianças de 5 a 7 anos de idade que lecionava no Instituto Social Objetivo (ISO), no bairro de Brotas, em Salvador na Bahia.
O “sucesso” de vídeo chamou a atenção da diretoria do colégio que acabou demitindo a pró.
“Não tiro a razão da escola porque trabalho com educação infantil. Todo ser humano erra e estou arrependida. Não estava nas minhas condições normais. Consumia álcool”, confessou a educadora, de 28 anos de idade que é mãe de uma filha de 7, e que mudou forçadamente do próprio bairro por causa dos comentários.
“Aquilo foi só uma brincadeira, não faz sentido ela ter prejuízo por isso.” Comenta um dos integrantes da banda revoltado com a demissão da professora dançarina.

Agora… a putaria o video completo, enviado pelo Kuelho:

Vamos ver se a banda vai ter a honra de contratar a moça.

Caso o youtube tire do ar, use este!

Esse post é um oferecimento do Blog do Kuelho.


Uma professora baiana, apreciadora de axé pagode, foi demitida porque estava no ensaio da banda “O Troco” e aparece fazendo uma coreografia erótica da música “Todo Enfiado”. A história toda aconteceu na casa de shows Malagueta Hall, foi demitida do colégio em que trabalhava. Motivo: O vídeo foi parar no Youtube, a cidade toda começou a comentar, levando a diretora e os outros professores da escola a assistirem as peripécias da educadora. Não deu outra, mandaram a coitada pro olho da rua pra tristeza da maioria dos alunos. “Ela era muito descontraída e ensinava bem.” comenta um dos alunos.

Agora… o video:

Copiei do Blog do Kuelho

Eleipalhaçada 2008

7 outubro, 2008


Com certeza muitos notaram que o Perdido não fez nenhuma cobertura ou post sobre as putaria das eleições, pois bem, apresento a vocês, a nova, quer dizer, o novo, ah.. o não sei o que la vereador-a da cidade de Salvador:

Leo Kret

Simplesmente a/o 4ºª mais votado-a, e isso me assusta!
Não pelo fato de ele ser ela ou ela ser ele, eu não tenho nada contra quem decide seguir outro caminho em sua vida sexual, mas contra bicha escandalosa que só quer chamar atenção eu tenho! Sem contar a falta de vergona do povo soteropolitano que põe uma coisa destas pra ajudar a governar Salvador, pelamor! O que isso ai entende de politica, é a mesma coisa que meu poodle entende, uma pessoa que passou a vida na putaria, que ganhou os palcos de Salvador a alguns anos como dançarino-a de axé, e é claro, envolvido-a em mais escandalos que o Rogordinho e conseguindo ser menos carismatico-a que o Lacraia.

Mas é isso ai, depois do Frank Aguiar como deputado, eu não duvido de mais nada.

Depois reclamam que o país não vai pra frente… “Recrama ai vá mó pá! Cê ta lenhado seu Sacana!”


Já postei aqui no Perdido falando sobre a falta de carinho e respeito com a mulher (amante) que os homens baianos tem, enfim achei um “manual”, que se, fosse seguido por eles, a Bahia seria muito diferente e até mais bela.

Às mulheres, para conhecimento e aos homens, para aprendizado.

O homem que escreveu o texto abaixo merece com certeza reconhecimento e um prêmio por tamanha sensibilidade. Quiçá todos colocassem em prática algumas das sugestões abaixo, para que existissem mulheres muito mais felizes.

‘O desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana. Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha ‘Salvem as Mulheres!’ Tomem aqui os meus parcos conhecimentos em fisiologia da feminilidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam.

Habitat
Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA. Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.

Alimentação correta

Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um ‘eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial. Flores também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.

Respeite a natureza

Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação? Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso.

Não tolha a sua vaidade

É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar o dia inteiro no salão de beleza, colecionar brincos, comprar sapatos, ficar horas escolhendo roupas no shopping. Só não incentive muito estes últimos pontos ou você criará um monstro consumista.

Cérebro feminino não é um mito

Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram!). Então, agüente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração. Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres.

Não confunda as subespécies

Mãe é a mulher que amamentou você e o ajudou a se transformar em adulto. Amante é a mulher que o transforma diariamente em homem. Cada uma tem o seu período de atuação e determinado grau de influência ao longo de sua vida.

Não faça sombra sobre ela

Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda. (tem gente que já sentiu isso na pele). Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo. ‘

Texto furtado do Ultimo Riso, que foi furtado de não sei quem.


[abreaspas] Perdido diz: Putz! Nunca demorou tanto pra se fazer um post! hehehe. Eu ainda fiquei na duvida de postar em duas partes, mas deixamos como está, demorou, mas saiu um livroooooo; detalhe de que o tachado é o post.”[fechaaspas]

Então, resolvi aceitar esse desafio de colaborar aqui no Perdido fazendo um post sobre Salvador e o que eu (pouco) sei sobre Brasília.

Na verdade não me faltam assuntos sobre Salvador… e taí o problema, não me faltam, sobram! Mas como sei que muitos deles estarão digitados aqui em breve… vou adiantar o reggae*, meu lado e o texto.

Sendo assim a primeira observação que faço é sobre a simpatia dos soteropolitanos. É bonito ver como aqui as pessoas são e podem ser mais alegres, mais leves com a vida. Tudo bem que o cenário ajuda bastante, mas é como se todos soubessem que engrandecer os problemas não ajuda muito e só ocupa a mente e o fim-de-semana.

Pois é, simpatia, solidariedade… dá até gosto pedir informação na rua, acho que é o único lugar no mundo (fora as cidades pequenas que não têm tanta coisa interessante pra se fazer…), que uma pessoa é capaz de desviar do próprio rumo pra ajudar outra a encontrar seu objetivo.

Isso se deve também a um relativo nível de (futricagem) curiosidade. São essas mesmas pessoas que em uma hora de conversa se tornam seus melhores amigos, no dia seguinte estão dormindo na sua casa, na semana que vem pedindo dinheiro, roupa, mulher, marido, cachorro ou a po**a toda (como dizemos carinhosamente por aqui) emprestados. E nem é por mal, é por bem mesmo ou simplesmente pelo fato do baiano ser um ser sociável (em sua maioria).

Característica que me remete instantaneamente à malandragem baiana… no modo de se portar, de paquerar (uma dica para as mulheres, se estiver no reggae** e sorrir um pouco mais efusivamente para um cara, mesmo que não seja com segundas intenções, fud*u, pode apostar que em 5 segundos tem um maluco te dizendo mil e uma frases “criativas” ao pé do ouvido, tipo: “Seu burro tá na sombra?”), de levar a vida, de trabalhar… Tal como nossos dialetos: “é barril, véi”, “queimação, papá”, “se chegue não, vú”, “tô de cara!”, “bala!” e o tão famigerado “massa” (usado pra tudo!), “E o acarajé? Massa!”,  “Gostou do show? Massa!”, “Vamos passear? Massa!”, “Perdi tudo, velho… Massa!.

Resumindo, Salvador é terra de alegria, do carnaval também (e nem precisa de comparações com Recife e demais cidades, são energias e perspectivas totalmente diferentes, só vivenciando pra ter noção), da diversidade musical (que vai além do Axé, já que nós estamos cada dia mais abertos – lá ele*** – a novos segmentos musicais, seja o dub com percussão, ao rock com ragga, ao reggae com riff’s engajados, sem esquecer da nossa cultura regional), da variedade artística (são mais de 30 teatros na cidade, com artistas e peças de muita qualidade, algumas poucas salas de arte, alguns cinemas principais, um circo de tradição e outros de passagem…), dos dias insuportavelmente quentes, da pouca valorização dos profissionais em geral, das noites que acabam cedo, dos engarrafamentos gigantes em dias chuvosos, das festas de camisas coloridas e por aí vai.

Mas mudando de SSA para BSB, que há alguns anos atrás pra mim era somente a sigla de BackStreetBoys e nada mais que isso (0_0)… o que primeiro vem na minha cabeça é: POLÍTICA (assim em caixa alta mesmo). E aí segue… planalto central, diretas já, ditadura, Lula, poeira, Niemeyer, asfalto liso, cidade plana, rock, Renato Russo (que é carioca!), organização, concurso público, dinheiro… e só. Admito que meu conhecimento sobre o Distrito é quase zero e talvez por isso tenha vontade de conhecer a cidade… pelo menos lugar pra ficar já sei que tenho né, hehehe.

Por Larissa Oliveira. 

Legenda:
*Reggae: processo, situação
**Reggae: rock, night, balada
***Lá ele: Lá nele, em mim não.

Relato de uma Candanga…

5 setembro, 2008


Fui afortunada.. por um sorteio no mínimo suspeito, pra fazer um post sobre Brasília e Salvador. Peraaêeeeeee.. eu nunca fui em Salvador, fudeu!

Comecemos por Bsb, aliás essa eu conheço bem!

Capital federal, lugar onde a umidade do ar varia entre 2 e 90%, aqui todo mundo é velho, seja novo ou seja velho mesmo! É velho, velho e velho. Quando naum souber o q dizer, naum tiver o q dizer, ou lhe faltarem as palavras.. é infalível.. exclame! Veéeeeeii! Paradoxal… todo mundo conhece todo mundo, mas ninguém conhece ninguém na verdade.

Ao contrário dos outros centros metropolitanos, as favelas ficam longe, beeeem longe das mansões, e detalhe.. a passagem é R$3,00, a mais cara do Brasil! Tudo é longe, reto, amplo e limpo. Pelo menos onde os olhos da elite alcançam! (Perdido diz: Longe?! Tadinha, ela não mora em Salvador…)

Comprar pó é mais fácil q pão, e pra comprar “crack” você anda menos do que pra chegar a parada de ônibus…q aliás, também é longe! As ruas naum tem nomes, nem esquinas.. tudo é numerado W3, L2, 405, 913… bem sinalizada, placas pra todos os lados, só q analfabeto aqui tem menos mobilidade q tetraplégico.

Ao contrário do que se pensa, quem é de Brasília naum necessariamente é filho de senador, marajá, não vive em função de queimar índio em parada e nem espancar garçom (em Salvador). Os shoppings são a sensação, pq aqui naum se tem absolutamente NADA pra fazer.. ateh tem, mas um baladinha simplória não fica por menos de R$40,00, não mesmo!

As tribos urbanas são bem definidas. Diferenciadas por duas coisas básicas: música e grana! Pobre anda com pobre e ponto. Os playboys gostam das loiras siliconadas, e o resto.. se mata no cabeleireiro, na academia e nos centros estéticos ( q existem em maior quantidade do que igrejas e butecos). Não poderia deixar de fora os EMOS.. eles são responsáveis por Brasília ser denominada a “San Francisco brasileira” (aqui tem a maior concentração de gay por metro quadrado! FATO) (Perdido diz: O pessoal de Sampa vai contestar isso, né Vini? Pcc?..)

As crianças não brincam na rua, mas os carros param na faixa de pedestre. Brasília é cheia de dores e delícias; é o lugar onde vc demora meses pra fazer um amigo… mas vai tê-lo pro resto da vida. Onde vc naum vai conseguir respirar de tanta secura, mas vai pensar duas vezes antes de mudar, vc odeia hoje, e a manhã jah ama de novo e mais e mais!

Salvador…posso esculhambar?

Para ser sincera quando penso jah me vem a cabeça o pelourinho, a galera do rasta atrás do olodum (sem preconceitos.. eu USO rasta!) as baianas vendendo acarajés… o povo deitado numa rede… visão limitada seeeeii! Se bem q se vocês vivessem numa rede eu entenderia perfeitamente, pq calor dá uma lesêeera! Penso tbm em carnaval, Ivete Sangalo, Dorival Caymmi, Caetano Veloso, Gal Costa, até na podre da Pitty, que vamos combinar neah gente! (tem as manhas de cagar tudo q ela põe a mão!) Continuem produzindo a galera do axé.. vocês são bons nisso! Deixa o Rock pra gente! ;D

Transmissores de alegria, diversão… hospitaleiros. E vamos parar com isso de que baiano é preguiçoso, p0or que no fundo no fundo.. todo mundo é!

postado por Michelle, candanga perdida 1 dia em Salvador.

Perdido diz: Pra quem não sabe, parada é ponto de ônibus, e pagode é axé.

Se você tem alguma coisa pra dizer ao perdido ou contar, mande-me um e-mail: blogperdidoemsalvador@wordpress.com

Chocando.

18 agosto, 2008


É regra pra quem vem de Brasília, ter que mudar todo o guarda roupas a chegar em Salvador, o calor é incomparável e a cultura é totalmente diferente.

Em Brasília eu trabalhava normalmente de Sobretudo, com se fosse um hábito, ou na maioria das vezes de preto, nunca de bermuda, sempre calça e sapato.

Já em Salvador isso é quase impossível de se impor, a começar com o calor que “racha” a cabeça de qualquer um, mas um belo dia, decidi sair de casa com meu velho Sobretudo, pra matar a saudade sabe, até então, eu nunca tinha me arrependido de ter vestido qualquer tipo de roupa, até então…

Na parada de ônibus (ou ponto com é aqui em Salvador) já me senti deslocado, fui encostar em um canto e todo mundo que estava próximo foi para o outro lado, todos olhando de relance para mim; ao chegar o ônibus, entrei normalmente sem o famoso empurra-empurra de sempre, parecia que a morte adentrava aquele coletivo comigo, pois todos olharam com aquele tom fúnebre e suas caras de medo e asco, pelo menos as criancinhas olhavam com admiração ou mera curiosidade, não vou omitir que ja me chamaram de mágico, batman ou mib, por causa desse Sobretudo, a mente livre das crianças não vêem aquilo como uma ameaça, até que, como se fosse de praxe, um menininho de mais ou menos 6 anos que estava um banco atrás de mim, me puxa e pergunta: “Ô moçú! Cê é mágico é?”, e antes que eu pensasse em responder, a mãe dele olhando feio pra minha cara, o puxa e diz para ele ficar quieto, e que ele não podia ficar falando com demônios na rua (essa foi a segunda vez que descobri o quanto eu tenho calma), po, demônio?! Interessante, eu não sabia que um Sobretudo dava esse status negativo, ao ponto de ser classificado como um demônio, mas não acabou por ai não, eu desci do ônibus e segui meu caminho, morrendo de vontade de rir da cara das pessoas que passavam por mim, ou melhor, que davam voltar para não passar por mim, pela primeira vez me senti bem em estar solitário, pois achei interessante toda aquela reação, nem a policia olhava na minha cara, e eu nunca vou esquecer, o tom acuado que o cobrador respondeu o meu “boa noite” quando eu entrei no ônibus de volta pra casa, muito interessante essa diferença cultural, exótica e chocante, chocante pra eles é claro.

(Isso me lembrou uma época em Brasília, que quando um Punk entrava no ônibus, todos faziam a mesma cara e ficava o mesmo tom fúnebre dentro do coletivo.)

Tratamento.

4 agosto, 2008


Imagine-se andando na rua, uma pessoa que você conheceu na festa da semana passada te para e GRITA: “Diga aê, disgraça! Colé de mêrmo?” Ai você assustado com o tratamento maravilhoso e com a mente em pane tentando entender que porra é “colé de mêrmo”, responde com uma pergunta: “Beleza?”, dai sem te responder ele continua gritando: “E ai? Bó pu regui comê água negão?”, você ja arrependido de ter saido de casa e encontrado esse Brau na rua, vira e responde: “Cara, eu não curto reegae não”, ai ele continua berrando: “Ó paí! Tá me comediando é? Cê tava nu regui semana passada agora vem mi dizê que nun curti?! Se Plante vá!, já que cê ta me tirano de otario eu vô ali quexá uma pirigueti”. E enfim você da graças a Deus do ônibus ter chego, sobe correndo e anota tudo no celular pra quando chegar em casa, perguntar para alguem o que esse Mala tava querendo dizer, e só depois, você se da conta que o mal educado da história foi você, e não ele que só tava te convidando pra uma balada como se você ja fosse intimo.

Coisas da Bahia, mãe das girias…

Perdido e sozinho

29 julho, 2008


A mais de um ano em Salvador, ja conheci vários outros perdidos e perdidas, do sul, sudeste, norte e centro oeste, mas nem de longe achei alguém de Brasília, pra não dizer nunca, houve uma pessoa que também veio de Brasília se perder em Salvador, mas essa não durou nem 1 ano e logo retornou pra Capital.

Talvez isso encaixe na maior diferença que um brasiliense tem ao resto do pais, normalmente o nordestino ou também o paulista, são bairristas e amam sua cidade e seu povo, o brasiliense não, nós somos eternos apaixonados por Brasília, e nem sempre pelo nosso povo, alias, que se fere o povo nunca pelo nosso povo.

Não só a cordialidade nos falta, mas na realidade simplesmente não nos importamos mais por alguém só pelo simples fato dessa pessoa ter nascido no mesmo solo que nós (“não pedi pra nascer ali, e nem você, então se achas que irei fazer mais por você do que por outra pessoa por isso, azar o teu amigo, porque eu não vou fazer nada”).

Mas o que mais pode espantar um brasiliense de Salvador, é o trauma! Isso mesmo, o maldito trauma.

Por termos a triste cultura de não confiar em ninguém (inclusive aquele vizinho com cara de bonzinho e mais de 60 anos que nos viu crescer), dá medo toda essa cordialidade e humildade Sotéropolitana, em Brasília aprendemos desde cedo que quem estende a mão quer algo em troca, e que por trais de um sorriso caridoso, pode se esconder um monstro impetuoso.

É… perdido e sozinho, e ao mesmo tempo sob a melhor companhia que o brasil pode oferecer, a companhia dos baianos, a companhia dos cordiais Sotéropolitanos.


Lembram do encontro que não aconteceu devido a agilidade do transporte publico? Pois bem, isso ainda me rendeu mais alguns cabelos brancos e um dia de raiva.

Depois de conversas e mais conversas duas semanas de ladainhas com a B. (a mulher que eu havia falado), ela pareceu ter acreditado que eu realmente fiquei “preso” naquele ônibus e que não dei um bolo de propósito e sim acidental, re-marcamos no mesmo maldito lugar, só que em um domingo, onde a proposta que ela fazia, era irmos a um churrasco e depois “inventarmos alguma coisa” (vocês sabem bem o que eu tava pensando em inventar ne), marcamos as 11 horas, dessa vez eu ja tava traumatizado, então fui de carro, cheguei com mais de meia hora de antecedência, e ao badalar das 11 horas, liguei pra ela para explicar o ponto exato que eu estava, roupa, etc…

“12 horas e nada! Meu deus do céu! Cadê essa mulher?”, pensava eu, ja sem reação com tanta puta derrubada garota de programa que habita todo o Centro Histórico me oferecendo sexo e drogas, praticamente uma mais derrubada que a outra a cada 5 minutos (ter cara de turista é uma droga, garota de programa na bahia não pode ver um turista que parece um tarado num concurso pornô.), e eis a hora que eu me fodo me ferro, começo a ligar pra ela, e advinham? Ninguém atende! Tanto do meu celular, quanto de todos os 12 orelhões e do Voip da Lan House de lá.

“Putz! Maravilha de troco! Mal cheguei e ja to apanhando! Será que eu nunca vou tomar vergonha na cara e parar de acreditar em perdão?”

E assim fui eu, puto da vida, ainda por burrice esperar mais uma hora, e ligar, ligar, ligar e ligar, até o dedo doer, e enfim tomo vergonha na cara e me lembro que ainda existia amor próprio e fui embora.

Mas ao chegar em casa, advinham quem estava no msn?

Continua…

A Próxima Estação

11 julho, 2008


Lembram que eu falei da maldita esperança?

Chupado do MyNameIs

Contrastes.

11 julho, 2008


Como disse antes, vida de turista é comparada ao paraíso totalmente diferente habitante.

Quando se vem à Salvador como turista, você só vai aos melhores lugares mesmo que não pareça, faz todos os tours quase que obrigatórios e só enxerga beleza, arte e história por todos os lados, mas quando se decide mudar pra cá, você se assusta descobre o outro lado da moeda.

Que mais uma verdade seja dita, Salvador é uma das cidades mais lindas do país, com tanto que você não olhe para cima, não suba ladeiras e nem menos se aventure no Pelourinho.

Estava-mos de carro em um sábado, procurando um endereço no famoso bairro de Itapuã, que diga-se de passagem não tem nada demais, alias, tem casa feia demais, violência demais, buracos, botecos a não ser que você esteja acima do 4 andar em algum hotel, ai sim você vai perceber porque Vinicius amava esse bairro (a vista do mar de Itapuã contrasta totalmente com o resto, então se não for apreciada de cima, sozinha, nem se percebe que aquele é um dos cartões postais mais belos que você pode ver na vida), de ruas em ruas, entramos em uma que nos fez esquecer que estavamos até no Brasil de tão diferente que era, com estilo europeu, natureza equilibrada com cidade, muros e concreto (breve posto a foto aqui), imediatamente reduzimos para 0,5km por hora, porque ficamos em choque com tamanha beleza para contemplar tudo aquilo, pela primeira vez na minha vida senti extrema vontade de morar em algum lugar acima de qualquer coisa, mas tudo tem fim, inclusive a rua, então ainda estupefatos entramos na próxima rua, bem vindo a favela da Rocinha! Essa é placa que faltou lá, o contraste foi imenso, dando até vontade de dar ré e voltar para imediatamente a rua “perfeita” , das casas arborizadas a falta de reboco da outra rua, dos quintais que remetem a mais perfeita calma as casas erguidas ocupando o maior espaço possível, só o reboco, lajes tortas de 3 andares, para o máximo de pessoas possíveis, a rua pobre atrás da rua rica, nobreza e plebe lado a lado, da calma e cheiro suave a poluição sonora, visual e esgoto a céu aberto, sem contar as placas ou seria mais apropriado “as pRaca”? em portões enferrujados, com um português meio árabe de tantos erros, como “temo chis tudu” ou “Jesus te amaR”, e isso é só um exemplo rápido do que se sofre com a dor nos olhos que isso causa vê por aqui (essa parte também vou postar em breve com fotos), e em meio a tudo isso, duas coisas me chamaram atenção, uma faixa de 3 metros em letras vermelhas: “LAVA LENTO” , e mais a frente, no unico espaço verde da rua feia, uma placa escrita “não joGe lixo seu” e um porco desenhado no final; é, nem em meio a tantas dificuldades, esse povo não perde o humor.

Salvador morre nas ladeiras, ao subir uma você pode além de ser assaltado, entrar na boca mais perigosa se perder, se chocar com o contraste, sem aviso prévio, hora você baba com a arquitetura histórica ou os novos prédios, hora você tapa os olhos para não ver a falta de cuidado que tiveram com a cidade ou a falta de senso visual da população. É o mais completo contraste, Por todos os lados, em todos os bairros.


(Parte 1aqui.)

Como foi bom ser turista! Era só isso que eu pensava naquele ônibus.

Além do choque cultural, comecei a realmente sofrer naquele coletivo, já se passavam 1:30h de viajem, em meio a uma chuva repentina, engarrafamento, buzinas, buzinas e mais buzinas, o pior é que eu não fazia idéia de quão longe eu estava do destino, a não ser pelas placas de sinalização com a quilometragem escrita, mas logo vi que não me adiantava de nada elas estarem lá, porque o ônibus começou a dar voltas e mais voltas, eu passava por uma placa que sinalizava 17km de até o Centro Histórico, e meia hora depois passava por outra que apontava 15km (eu deveria ter ido de bicicleta), isso quando não via a mesma placa de 10 em 10 minutos, e lá estava eu, preso no ônibus, sem crédito para avisar do meu atraso, e com receio em descer para ligar e simplesmente esperar horas para pegar outro ônibus, sem contar a maldita esperança (que infelizmente é a ultima que morre) de chegar logo ao destino, então só me restava esperar.

No meio de todo esse caminho, já havia entrado 11 (onze) ambulantes, vendendo quase todo tipo de coisa e não só doces e afins, foi ai que comecei a notar o quanto o povo baiano é trabalhador, que essa lenda de preguiçoso não passava de mito, além do dialeto que em momento algum foi lento salvo a galera do fuminho e nem menos ouvi um “Oh meu Rei” se quer, vi também em meio a chuva, homens carregando botijões de gás em bicicletas e em carros de mão, ralando para conseguir o sustendo de sua familia, sem se importar com aquela chuva e com uma cara de quem estava feliz em fazer aquilo, sempre alegres, o mundo ta acabando, mas o povo baiano sempre será alegre.

Nessa hora chega bateu aquele arrependimento por ter prejulgado esse povo, devido a criação que tive, de que baiano é sempre lerdo e preguiçoso, sempre sinônimo de falta de interesse pela vida, falta de ação ou reação, quando que em Brasília você vai ver alguém trabalhando na chuva? E com um sorriso??? Simplesmente nunca! Além de ser extremamente raro de ver alguém trabalhando no chuva, se houver, com certeza esse terá cara de psicopata, e não estará nem um pouco perto da felicidade.

Agora verdade seja dita, o que o povo baiano tem de ativo, tem de festeiro, mas essa é outra história que conto depois.

Ah! E sobre o meu encontro, dei um bolo acidental na pessoa, demorei 3:30h (isso mesmo! três horas e meia!) para chegar no Centro Histórico, e com certeza ela não estava mais lá, ainda pra amortizar o peso na consciência, a procurei por um tempo, mas não encontrei ninguém, e como toda mulher puta da vida que leva um bolo, ela não me atendeu naquele dia, acho que ela não atendeu ninguém porque troquei de numero umas 4 vezes e nada, quando retornei pra casa, havia um scrap curto e grosso dela: “MUITO OBRIGADO PELA TARDE MARAVILHOSA QUE EU TIVE!”


Após uma semana de correrias em Brasília, para arrumar a casa antes de dar adeus às minhas manias locais, finalmente retornei para Salvador em definitivo, e como uma regra, deixando de ser turista, comecei a sofrer automaticamente os problemas da cidade, de primeira peguei um engarrafamento ao sair do aeroporto por nenhum motivo aparente, e sofri mais ainda por estabelecer a meta de ficar no máximo 3 meses encostado hospedado na casa da minha mãe, eu tinha que aprender com urgência a andar sozinho em Salvador.

Mas pra quem estava acostumado com uma cidade plana, onde as placas de transito não mentem (saibam que em Salvador a 45km de Itapuã tem uma placa sinalizando o caminho junto ao nome de outro bairro que fica a 2km), onde um ônibus para um destino vai pegar a via mais rápida para o mesmo e que o povo simplesmente sente prazer em dar informação errada (é, candangos em sua maioria são mal educados, ja o povo baiano é 100% prestativo, salvo na hora do almoço e na hora de “batê o baba” *¹), não seria nada fácil se virar nessa cidade gigantesca, onde uma ladeira errada te leva a boca mais quente da cidade ao lugar mais distante do mundo, onde você não tem ponto de referencia norte-sul, e principalmente, quando você tem trauma de pedir informações. Mas independente disso, eu teria que dar um jeito.

Aproveitando que a um ano eu conversava com uma mulher de Salvador, achei perfeita a oportunidade de conhece-la pessoalmente e unir ao util de sair sozinho, sem meu guia turístico padrasto e assim começar a me virar e talvez fechar com chave de ouro minha dor de cotovelo que me levou a Salvador.

Marcamos de nos encontrar no Centro Histórico as 14 horas, de carro com o motorista meu padrasto, o trajeto levava 44 minutos sem engarrafamento, como eu ia de ônibus, achei que em 1:30h daria tempo de sobra, então sai de casa com 2 horas de antecedência, na minha cabeça havia tempo para perder 2 ônibus e ainda parar pra tomar uma cerveja, logo ao subir no onibus me deparei com a primeira do dia, estava eu sentado quando me chega um cara, senta, e solta a pérola: “e ai mô pai, beleza?” , Pai?!, pelo menos essa foi rápido pra decifrar, aqui todo mundo é “pai”, “viado” ou “negão”, mesmo se você estiver em um encontro de eunucos albinos heterossexuais e berrar um dos três nomes todos vão olhar procurando algum conhecido, mas no segundo em que minha mente ainda não tinha assimilado aquilo, pela segunda vez me senti velho, ou acabado no caso.

Continua no próximo post.

O primeiro choque

9 julho, 2008


Brasília, uma tarde de abril de 2007.

Em casa, sem nada pra fazer e com dinheiro no bolso banco, quando resolvo viajar para Salvador curtir mais um desencanto amoroso visitar a minha mãe, eis que chego a terra da felicidade, sabe com é né, vida de turista é sempre uma maravilha, um local paradisíaco, um padrasto como guia e uma semana para torrar toda aquela grana em praias e mais praias, a primeira vista, Salvador parece o céu comparado a Brasília, clima umido, praia, cerveja barata, bikinis, kilos de acarajé, moqueca, camarão, etc…

De cara, com menos de 30 minutos em Salvador ja escuto a primeira pérola, entro no carro, sinto um cheiro tenebroso de pinga (daquelas mais vagabundas mesmo) e meu padrasto diz: “Ah! Liga pro cheiro do carro não, porque fulano tava em água ontem.” , como em terra de índio não se grita, fiquei la parado, em guerra com meus neurônios tentando ao menos entender a lógica do que seria “estar em água” , eis que sou salvo pela minha tradutora mãe: “Tava em água quer dizer que tava bêbado” , e isso foi só o inicio do que vou mostrar aqui.

Tão rápido como decidi viajar, terminou minha viagem, e já estava eu olhando praquele bilhete aéreo, no ultimo dia com turista, quando decidi simplesmente migrar para Salvador, assim, meio que egocêntrico, sem pensar muito nas pessoas que eu deixaria em Brasília, sem pesar a saudade imensa e o amor que eu sinto pela Capital.

Voltei na data prevista para minha amada cidade, arrumei as malas definitivas, me despedi de quem prezo, e em uma semana, vim para esse universo paralelo chamado Salvador.

Não fazia idéia d’onde estava me metendo.