Perdido resp… Esclarece.

26 agosto, 2010


Comentário recebido pelo colega Francisco por este post:

“Sr. Perdido,
É uma pena perceber que existem pessoas generalistas e que fazem questão de ridicularizar os outros como vc. Confesso que foi difícil ler um texto com tantos preconceitos.
Normalmente o preconceito é causado pela ignorância, isto é, o não conhecimento do outro que é diferente. Pelo o que escreveu, não tenho dúvidas que você nunca dirigiu em outras cidades do Brasil ou do mundo com situações bem mais complicadas. O exemplo de uma cidade que vc deve ter ouvido falar é o Rio de Janeiro. Aquela que é uma das cidades mais belas do Brasil. A dos cariocas que vc também fez questão de criticar no texto.
Enfim, não defendo os problemas do nosso trânsito, pelo contrário, busco fazer a minha parte e conscientizar os que estão ao meu lado. O texto que escreveu trata do baiano como um ser único, idéia totalmente equivocada pelo princípio das sociedades, no qual todos os indivíduos se diferem entre si e exercem funções distintas. Ao escrever este texto, a sua, por exemplo, está sendo o de tentar ridicularizar uma população com muito mais qualidades do que defeitos.
Sou um baiano que moro em São Paulo há três anos, exclusivamente por uma questão profissional, e sei exatamente o que estou falando. Vale a pena morar na Bahia. Estamos evoluindo individualmente como cidadãos e coletivamente como sociedade.
Não é o meu propósito destruir seus preconceitos e tentar convencê-lo a evitar suas críticas e deixar que qualquer tipo de sujeira faça parte das nossas rotinas. Sugiro apenas que escreva os seus textos com a mesma qualidade, mas lembrando sempre que o preconceito maléfico não gera consciência e sim discórdia.”

Resposta:

Caro Francisco, ô meu colega de cidade, veja bem, o senhor leu bem o texto? pois no mesmo está citado: “Robson Oliveira (baiano)”, no inicio do texto, pra constar quem é o autor do texto, até porque, na web, por ética inclusive, não copiamos o que por outro foi feito sem dar os devidos créditos. O que escrevi vem antes dele, quando falo da engenharia negativa de transito e total falta de fiscalização e controle.

Todavia, não discordo do que o Robson escreveu, e todos os mais de 50 baianos que tenho contato não discordaram, e sim em sua grande maioria concordaram, há quem (Nascido e criado aqui, de boa familia, boa índole, de boa formação e mais de 15 anos de carteira) ainda disse tempos depois: “Velho, esse negócio de metê o terço funciona mesmo!”, como se fosse bonito.

Uma leitora (Paulista) que migrou pra cá recentemente, em sua chegada, disse-me pelo messenger que a primeira coisa que notou aqui é que as pessoas se atacam no transito, ao invés de dirigirem.

Mas enfim, não quis ridicularizar o baiano, longe de mim esse tipo de atitude, até porque se eu achasse o baiano um ridículo ou algo do tipo, não teria migrado pra ca e muito menos ficado até hoje, sem planos de voltar pra minha amada Brasília, e olha meu caro, não to aqui por motivo puramente profissional, to pois aprendi a gostar e enxerguei de primeira, o valor dessa cidade, e dos que aqui nasceram e habitam.

Para que não haja mal entendimento de outros leitores, resolvi postar sua resposta, para que fique claro, que Salvador e os baianos, possuem seus problemas unicos e suas qualidade unicas, como qualquer outro lugar do planeta, não to aqui para medir quem ou o que é melhor, só estou aqui para contar o ponto de vista de quem veio de fora, e que ja viu muitas coisas e muitas outras capitais desse Brasil de todas as cores.

Resumindo:
O baiano tem sua própria cultura, seu jeito de ser, agir, pensar, resolver (ou não), e isso não o torna ridículo ou inferior, isso só o torna unico, como todo e qualquer povo que disponha de cultura própria.

Por fim, o blog é de todos, quem quiser enviar qualquer tipo de manifestação contra ou a favor do que aqui é publicado, como fez o nosso caro colega Francisco, sinta-se à vontade.


Andando pela cidade, dá pra ver a comunicação em massa da TranSalvador (Antiga SET, também conhecida como Serviço de Engarrafamento de Trafego, e é fato de que quando eles estão de greve a cidade flui mais) informando sobre a nova lei que obriga o uso de cadeirinha no banco traseiro para crianças de até 7 anos e meio, até ai tudo bem e muito bem!

O grande problema é:

Como ja citei em alguns posts, uma das coisas que logo se nota aqui em Salvador, é que “não existe lei de transito”, não existe pois os motoristas não seguem, e os responsáveis pela fiscalização não fiscalizam, vai desde mais da metade não saber o que é seta (ou sinalização como dizem aqui), passando pela grande maioria que fala “dias” no telefone enquanto dirige, o não uso de cinto de segurança, o esquecimento da função de uma faixa de pedestres até carregar 5 pessoas na carroceria de uma pickup, dirigindo sem cinto de segurança, tomando cerveja (conhecido como comendo água) as 12hs em uma terça (não festiva), cruzando a cidade toda. Dai eu me pergunto: Fazer essa campanha toda pra que???

Agora vejam um texto que recebi de um baiano, falando sobre os  motoristas baianos, que é uma pura realidade (é grande mas vale a pena):

Guia Rápido para Dirigir em Salvador

Robson Oliveira (baiano)
Vindo à capital da Bahia a passeio e tendo que se adaptar ao jeitinho baiano de dirigir, não se assuste. Em Salvador você verá atrocidades; você duvidará que o motorista que violentamente insiste em lhe expulsar da pista goza de boa saúde mental; você não entenderá como nós soteropolitanos, famosos no mundo por não se estressarem, nos transformamos em seres raivosos quando estamos ao volante. Não fazemos por maldade, guiamos preocupados apenas com o centro do universo, nós mesmos, os baianos, os piores motoristas do Brasil. As lições vão lhe ajudar no trânsito de Salvador.

1ª Lição: Faixas Inúteis. A pintura de faixas, quando existe, não serve para absolutamente nada. Nós não sabemos exatamente para que a via foi dividida em faixas. Passamos de uma faixa para outra, rodamos sobre as faixas “seguindo os pontinhos” como se não quiséssemos nos perder… e em qualquer curva preferimos a tangente, mesmo que a faixa ao lado esteja ocupada por algum “leso”. Acostume-se, esqueça as faixas, sinta-se livre.

2ª Lição: Parar Já. Paramos onde e quando precisamos; às vezes até ligamos o pisca alerta. Todos podem esperar um pouco. Na rua onde mal passa um carro, que diferença podem fazer cinco ou dez minutos parado até que “voinha” desça da casa de “mainha”? Se o carro da frente parar, tenha paciência, espere até que ele decida seguir ou, também é permitido, buzine alucinadamente para extravasar sua raiva, sabendo que não vai adiantar. Desconte no próximo, pare também onde e quando quiser, aqui pode.

3ª Lição: Setas Invertidas. Não temos idéia do que passava na cabeça de quem colocou aquelas luzinhas amarelas que piscam quando nossos filhos mexem naquela alavanca inútil que fica próxima ao volante. Às vezes acionamos sem querer a luzinha que pisca na esquerda ou na direita. Se desejamos ir para a esquerda, vamos, não importa se a tal luz amarela está piscando, muito menos se pisca do lado certo. Seta é coisa de carioca “isperto”, nós não precisamos de seta para guiar. Nunca sinalize em Salvador, você poderá desviar a atenção do baiano que vai ao seu lado.

4ª Lição: Meter o Terço. Metendo um terço do seu carro na frente do baiano que teria a preferência você automaticamente obriga-o a ceder em seu favor. Meta o terço em qualquer situação: em cruzamentos perigosos, ao entrar em vias rápidas, quando quiser passar à frente de algum otário, enfim, meter o terço lhe garante vantagem indiscutível. É possível que às vezes ocorra uma pequena batida, coisas da vida. Se bater saia do carro e comece a bater papo com o outro baiano. Vocês acabarão descobrindo que são parentes ou que têm amigos em comum: “Você num é irmão do Tinho? Não, sou primo. Rapaz, cê parece dimais com ele, é escrito e escarrado. Como tá Inha, cunhada do Tinho?”

5ª Lição: Emparelhar. Fique sempre ao lado de algum carro. Se ele acelerar, acelere também. Se reduzir a velocidade, reduza e permaneça “emparelhado”. Emparelhar deixa o baiano seguro. Vá juntinho, melhor seguir acompanhado. Se atrapalhar quem vem atrás não se avexe, quem quiser passar que passe. É isso mesmo, às vezes a oitenta por hora, ou a vinte, os baianos adoram andar emparelhados… e só Deus sabe o motivo.

6ª Lição: Dois Dedos. Dois dedos é a distância normalmente mantida por um bom motorista baiano do carro da frente. Colado, bem juntinho. Achamos que assim é possível aproveitar ao máximo o espaço disponível em nossas ruas. Outra vantagem em manter dois dedos do carro da frente é mostrar que estamos com pressa, que o carro da frente deve se apressar. Não importa se o motorista da frente não está atrasado como um bom baiano. O que importa é seguir colado. Não se perca, siga sempre a dois dedos do carro da frente.

7ª Lição: Fila é Para Otário. Em qualquer conversão, onde normalmente só caberia um carro, nós baianos fazemos a fila dupla, tripla, às vezes dá até para a quarta fila. Nunca espere o leso que está aguardando pacientemente a conversão, fila é para otário. Passe à frente, meta o terço, tome a preferência da conversão à força. Quem quiser que buzine.

8ª Lição: Buzina no Sinal Verde. Nós, baianos, há muitos anos disputamos o campeonato de acionamento de buzina após a abertura do sinal. Aguarde o sinal verde com as duas mãos prontas para acionar violentamente a buzina do seu carro. O recorde é de Toinho, irmão de Ninha, dois centésimos de segundo após a luz verde. Capriche na buzina, rápido, mesmo que você esteja sem pressa, mesmo que buzinar não faça nenhum sentido.

9ª Lição: Lixo no Carro Não. É, é isso mesmo que você forasteiro está pensando. Nos nossos carros baianos não pode ter lixo. Vai tudo pela janela: latinha de cerveja, fralda suja, palito de picolé, ponta de cigarro, garrafa pet. Somos muito asseados, lixo no carro não. Quem quiser que varra a rua. Acostume-se e, se do carro da frente for jogado algum objeto grande, desvie sem reclamar.

10ª Lição: O Retorno É Aqui. Nas ruas de Salvador é possível retornar em qualquer lugar. Gire o volante e, se couber, ótimo. Se não “deu jogo” dê uma rezinha rapidinha e complete a manobra. Quem quiser que espere ou se bata. Quem procura retorno é otário. Não se assuste de depois da curva der de cara com uma D20 atravessada na pista, manobrando para retornar a dez metros do retorno correto.

Boa sorte no trânsito de Salvador. Antes que eu esqueça: para dirigir em Salvador você não precisa, necessariamente, olhar para frente. Converse olhando sempre para o carona. Fale ao celular, leia, procure coisas no porta-luvas, enfim, descontraia, crie você mesmo suas regras de trânsito.”


Salve galera!

Fiquei lisonjeado  com a quantidade de “parabéns” que ouvi no dia do aniversário da minha terra natal, ta ai mais um fato de cordialidade baiana, agora, vai comentar em Bsb que é aniversário de outra cidade…

Como dizem aqui, “sê vai vê a miséra  que vai ser!”

Perdido Responde (#)

23 março, 2010


Comentário recebido de rsconcurseiro:

“Oi Perdido!!

Mto legal a sua escolha!! Parabéns pela determinação de mudar para um lugar melhor. Também tenho interesse de me mudar para Salvador, mas gostaria de passar em um concurso nessa região antes de ir.
Trabalho na área de informática. Sendo assim estava pensado em conseguir uma oportunidade na área privada e me mudar. Enquanto me estabeleço, estudo para os concursos que abrirem.

O que você acha?”


Perdido:
Bom, por ser desacreditado em concursos (nasci na mamata dos concursos em BSB, o que vi e vejo de gente que até hoje passa no topo da lista e simplesmente não é chamdo….) , eu estaria mentindo se passasse alguma informação sobre eles pra você, mas confesso que nunca ouvi falar nada relacionado a concurso de TI ou suporte de info para o governo ou grandes corporações.

A área de suporte de info daqui não me agradou muito não, em BSB eu também dava suporte residencial e empresarial, e isso era fora o meu trabalho convencional, e confesso que tirava muito alem da cerveja com esses jobs, já aqui em Salvador, pra se cobrar algo que realmente valha o serviço, você primeiro tem que montar um nicho de mercado e ser reconhecido, pois o que tem de “tecnico-micreiro” que cobra 20, 30 conto pra formatar em casa não é brincadeira… é até deprimente.

Agora, para area privada é outra história, se você tiver um bom CV você pode arrumar um emprego em uma boa empresa e ganhar bem, e as chances disso acontecer no inicio são grandes! Aqui as empresas valorizam muito o profissional de outro estado, porque realmente todos reconhecem o problema da educação e da pós formação na baiana.

Acho que vale a pena você pelo menos passar uma temporada aqui, venha de mansinho, conheça a cidade, faça uns contatos, tente se estabelecer em uma empresa, e, se tudo der certo, mande despachar o resto das malas.

Mas tem um detalhe e um preço, Salvador ta violenta, não tanto quanto Sampa ou Rio, mas também não ta mole não.

Boa sorte!


É interessante como até hoje os posts da professora toda enfiada dançarina estão vivos aqui no Perdido. nunca achei que uma bunda ia render tanta coisa por tanto tempo

Bom galera, to vivo, ainda em Salvador, ainda o melhor amigo do google maps, e depois de tomar um chá de vergonha na cara decidi que era hora de dar continuidade a essa joça ao Perdido.

Vamo nessa… miseeeeeeraaaa!


A ex-professora Jaqueline Carvalho, que foi demitida da escola em que trabalhava após dançarTodo Enfiado‘, é a nova dançarina da banda ‘O Troco’. A informação foi confirmada na tarde desta sexta-feira (11) pela empresária (perai, EMPRESÁRIA?! JA TA ASSIM?) da ex-professora.


Jaqueline e o vocalista Mário Brasil: a dupla voltará a atacar nos palcos

Com a repercussão de um vídeo que foi divulgado no Youtube com imagens de Jaqueline dançando a música, o cantor Mário Brasil a convidou para ser dançarina da banda. Depois de negociações quanto ao valor da contratação, Jaqueline resolveu aceitar a proposta nesta sexta-feira (11).

A pró alegou que tomou ‘dois litros de whisky‘ (perai denovo! 2 lts de whisky?! Essa mulher é uma esponja? um tonel? ou a reencarnação de algum bebum da escócia?) para dançar no pagodão

Ela será apresentada oficialmente como a nova dançarina da banda durante um show no Pier 41, na Ribeira, desta noite. Toda a renda do show será doado a Jaqueline, que até então estava desempregada.

Após a polêmica, a ex-professora recebeu convites para participar de programas em todo o país e está negociando cachê para posar nua. A empresária de Jaqueline confirmou que os valores com a revista masculina ainda estão sendo acertados, mas que um acordo virá em breve.

Fonte: CORREIO DA BAHIA | Foto: Evandro Veiga

TranSalvador

14 agosto, 2009


Vocês lembram da SET? Aquele orgão inútil de Salvador que deveria controlar o transito, Agora (agora não, a uns meses) ela virou TranSalvador, mas a putaria continua a mesma, um dia qualquer da semana passada, estava eu indo trabalhar, passo por um cruzamento um pouco movimentado que sempre tem um barbeiro que para em cima da faixa de pedestres ou simplesmente fura o sinal vermelho na cara dura.

No outro lado da pista, estava um guarda da TranSalvador (inclusive ele fica lá quase todos os dias, ou tomando café e olhando as bundas que passam, ou conversando sobre as bundas que passam e o Baêa…), e mais uma vez um barbeiro atravessou a faixa com o sinal vermelho, ja no meio do povo, e mais uma vez a lesma o guarda não viu nada, ja irritada com tudo isso, uma mulher foi até o guarda e disse:
– “Venha cá mô fí, você num viu a disgraça du carru passano na sinalera vermelha não é? Ele quase atropela todo mundu!”
E o guarda, tomando seu café olhando pro outro lado do mundo:
– “Não vi nada disso não.”
Agora realmente indignada a mulher começa a andar e diz:
– “Por acaso você é pagu pra ficá ai o dia todu tomano café é? Se enxergue e preste atenção no seu trabalho viu? Invez de ficar ai o dia todu olhano po nada!”

O guarda continuou com a cara de quem não ta nem ai e dá mais um gole no café.

Detalhe: Nunca mais ví o guarda.


Esta eu em casa ontem… olhando a vida pela janela do terceiro andar as 11hs da noite, quando um cara que estava parado conversando na portaria do predio vê uma morena maravilhosa do outro lado da rua, ao lado de um carro acenando para ele, dai ele olha para todos os lados, abre um sorrizo enorme, estufa o peito, e diz: “O que? Eu?! Você tem certeza?”, e ela balança a cabeça dizendo sim e sorri com graça, ele sai para atravessar a pista e como quem se sente em uma cena de filme, anda todo cerelepe em direção a moça, chega nela, e diz: “Diga minha linda”, ela: “Pô véi, eu nun to conseguino abri essa porra dessa porta, abre pra mim?”, deu até pra notar o cara murchando que de cabeça baixa abriu a porta do carro e ainda segurou a porta pra ela entrar, ela entra no carro, liga, engata a ré, e sai sem dizer tchau (se fú).

Moral da história: Quando uma mulher maravilhosa te chamar na rua, é porque você tem cara de mecanico ou de manobrista, uma fantasia continuará sendo uma fantasia.

Tô vivo!

17 novembro, 2008


Bom galera,  to de volta!
Desculpem-me pela sumida, a vida tava meia apertada… mas agora sobra tempo.

 

Voltei

 

 

E vamo nessa mô Pai!

 

Alguem ai sabe o que é uma “estrada de fósforo”?

Tratamento.

4 agosto, 2008


Imagine-se andando na rua, uma pessoa que você conheceu na festa da semana passada te para e GRITA: “Diga aê, disgraça! Colé de mêrmo?” Ai você assustado com o tratamento maravilhoso e com a mente em pane tentando entender que porra é “colé de mêrmo”, responde com uma pergunta: “Beleza?”, dai sem te responder ele continua gritando: “E ai? Bó pu regui comê água negão?”, você ja arrependido de ter saido de casa e encontrado esse Brau na rua, vira e responde: “Cara, eu não curto reegae não”, ai ele continua berrando: “Ó paí! Tá me comediando é? Cê tava nu regui semana passada agora vem mi dizê que nun curti?! Se Plante vá!, já que cê ta me tirano de otario eu vô ali quexá uma pirigueti”. E enfim você da graças a Deus do ônibus ter chego, sobe correndo e anota tudo no celular pra quando chegar em casa, perguntar para alguem o que esse Mala tava querendo dizer, e só depois, você se da conta que o mal educado da história foi você, e não ele que só tava te convidando pra uma balada como se você ja fosse intimo.

Coisas da Bahia, mãe das girias…


A anos que a “Festa Americana” (aquela que os convidados levam tudo, inclusive outras convidadas) foi implantada no Brasil, seja com outros nomes, o intuito é o mesmo.

Em 2 meses de Salvador, fui convidado para uma festa na casa de uma conhecida, logo perguntei o que era pra levar, ja que fui condicionado a vida toda a fazer esse tipo de pergunta, tanto em festas de fundo de quintal na área mais pobre da cidade, como nas gigantes mansões da area nobre de Brasília, a resposta foi “Não traga nada! Não se leva nada para festa não, a não ser a barriga e o fígado.” E ao insistir em levar algo, ela se mostrou quase indignada com a situação, levou como afronta, e só ai a ficha caiu, de que em Salvador, quem convida banca tudo na maioria dos casos.

Outra diferença que percebi em conversas com outros aqui, é que em uma balada, se fulano esta afim de fulana, A MAIS DE UM MÊS! e mesmo que não tenha rolado nada entre eles porque o cara é lerdo e ruim de papo, todo o pessoal que anda com fulano, se recusa a ter qualquer aproximação com fulana que possa levar a algum relacionamento (mesmo que passageiro ou meros beijos), até mesmo se a fulana quizer outra pessoa da galera, então caso você seja amigo de um incompetente em matéria de mulher em Salvador, nunca saia com ele, a não ser que você tenha certeza de que não vai catar a mulher que ele ta afim, e que nem ela vai querer você, porque como ja disse aqui, as mulheres em Salvador tem atitude e chegam junto.

Garra.

24 julho, 2008


Após a saída do velho cansado, sobe ao onibus outra figura do cotidiano, mas uma figura nova, um cego, mas ele não está lá para pedir dinheiro, nem menos acompanhado de alguém, e sim somente ele, com seu óculos, uma bengala branca e uma mochila vertical, ele usa seu tato para se acomodar em algum lugar onde não caia com a arrancada do cavalo que parece carregar pacotes de carne motorista, e anuncia que está vendendo canetas com calendário, mas o fez normalmente, sem dizer em momento algum que é cego, que passa dificuldades por isso ou que tem de ser ajudado para sobreviver, ele simplesmente anunciou seu produto, disse o preço, e pediu que quem se interessasse o chamasse que ele iria até a pessoa, e ele realmente era cego, pois o óculos estava desencaixado, e deu pra ver o que seriam os olhos (quase sem a retina) dele.

Depois da cena reflexiva do velho cansado, mais uma cena que nos faz parar e pensar por muito tempo, sobre a força de vontade e a garra das pessoas, sobre a limitação que muitas vezes impomos a nós mesmos, para disfarçar nossa preguiça ou o medo de olhar a vida de frente sem medo (como algumas pessoas tem esse medo).

É… hoje é dia dos “tapas na cara” que a vida dá.

Cansaço.

24 julho, 2008


Todos os dias, no mesmo horário de sempre (durante as duas horas de engarrafamento de sempre), entra o velho baleiro de sempre, um senhor de 60 anos, com um óculos no final do nariz, com cara de revoltado, que sempre usa como abordagem para vender suas balas de menta sua carteira de trabalho, e explica que trabalhava com construções, e que ficou velho, e o mandaram embora pois a idade não o deixava trabalhar com a mesma velocidade de antes e sim com vários riscos, e diz ele que aquela foi a unica forma que encontrou para sustentar sua familia, só que hoje, ele fez diferente, subiu ao ônibus com cara de cansado, de quem tá pra passar mal, e com uma voz cansada ele diz: “Bom dia! Todos aqui ja me conhecem (levantou e balançou a sua velha carteira de trabalho), venho aqui pedir que alguém compre ao menos uma balinha, que custa 10 centavos, pois até agora não consegui vender nada, e nem café da manhã tomei, ja não estou me sentindo bem e só peço que comprem ao menos bala uma pelo amor de Deus.”

E isso não era a nova estratégia de venda dele, realmente dava pra ver na cara que ele não estava bem, não era aquela pessoa indignada com a vida por não conseguir mais emprego, e sim um senhor cansado e com fome, apelando para conseguir ao menos tomar um café da manhã! (ver isso dói na alma.)

Ao passar do tempo agente acostuma a ver esse povo sorrindo, e se esquece da verdadeira face do sofrimento, não a dissimulada que vários usam para ganhar dinheiro sem fazer nada e explorar a boa vontade dos pobres samaritanos, e sim a espontânea, e isso é capaz de chocar e nos fazer parar e refletir, que um dia, ficaremos velhos, e se não cuidarmos do agora para garantir o amanhã, podemos nos tornar o vendedor de bala revoltado com o sistema que tristemente tá pra passar fome.


Ta ai um grande problema de Salvador, transito, da pra comparar com Sampa a 5 anos atrás, ontem peguei mais um engarrafamento infernal, horas e horas quase parado, pensando que se eu comprasse uma bicicleta seria melhor, além de mais saudavel e econômico, mas ao menos esse engarrafamento teve motivo, manifestação em outra via (Salvador tem duas vias principais, orla e Av. Paralela), mas acontece que além de chato, ficar horas e horas parado no transito, também fiquei parado atoa.

Notei logo que Salvador tem muitas manifestações, todas na hora do rush, e sempre no lugar mais movimentado da cidade, mas tudo isso, é feito só pra atrapalhar, não digo isso porque de uma hora para outra fiquei contra manifestações, quem sou eu pra adotar uma posição destas? O congresso nacional que me entregue caso algum dia eu decida adotar um absurdo destes, mas digo que essas manifestações só atrapalham, pois como se fosse um boicote, a maioria dos veículos de comunicação dificilmente noticiam o motivo da manifestação, somente informam quem teve manifestação em tal lugar, que deixou o transito lento (e eu puto da vida) e só.

E na outra semana mais uma manifestação por alguma causa popular que vai parar a cidade e ninguém vai saber porque.

E é nessas horas, que entram em cena os carinhas agentes da SET (Superintendência de Engenharia de Tráfego mais conhecida como Serviço de Engarrafamento de Transito), que ao invés de dissipar o tráfego, consegue piorar mais ainda a situação, eu achava que nada era pior que uma blitz do Detran, mas a SET consegue ultrapassar qualquer nível de incompetência imaginavel, mas ao menos isso, tem uma razão, Salvador mal tem vias novas (refiro-me a novo, qualquer coisa que não tenha sido construída pelos portugueses), além do diretor da SET ser mineiro e só ter vindo morar em Salvador para ocupar o cargo (ou seja, conhece menos de Salvador do que eu), depois desse ano morando aqui, eu aprendi que nunca mais, devo dizer que todo goiano é barbeiro, porque ao lado de um baiano meu amigo, um goiano é o Rubinho e o baiano é a tiazinha de 70 anos cega de uma vista e com mal de parkinson num Fiat 147, sem contar a buzina, o povo aqui adora mostrar que tem buzina, 10km de engarrafamento e o cara que acabou de entrar na fila interminável de carros ja ta buzinando, como se fosse adiantar alguma coisa, como se buzina fosse sirene e todos fossem sair da frente, do apressadinho que consegue fazer o carro berrar mais que uma histérica mulher de tmp.

FraZe do dia.

16 julho, 2008


“Eles tem mais é que se lenhá! Eles tão pagando pelo que eles FEZ!

(Difícil é aceitar tal frase vinda de um cara de terno dentro de um Golf.)

Como dizia Vavá: “Salvem a Professorinha!”


É fato que a felicidade reina nessa terra chama Salvador, e que todo esse tom histórico remete um certo romantismo pelo charme embutido nas velhas edificações da cidade e seus bares lotados de amantes da mais pura sedução.

Mas falta algo muito importante nos baianos (homens), que elas sentem uma falta extrema, a ponto de enlouquecerem com um simples turista, elas sentem falta de carinho, esse ato tão comum em outras culturas, que em Brasília por exemplo é tão normal quanto se dar um “Oi” , que é capaz de amolecer a mais chata enfurecida das mulheres, com o mais alto nível de testosterona (TPM), aqui é extremamente raro ver casais se acariciando, nem que seja uma mulher com a cabeça encostada ao ombro de seu amante e ele acariciando sua face ou seu cabelo, é mais fácil achar dinheiro na rua do que presenciar uma cena destas, mas a reclamação delas não é só quanto a demonstração de afeto em publico, mas em geral, tanto na rua como na cama em casa, eles deixam bem claro que só querem sexo, e isso estende-se a um dos maiores contradizeres dos Soteropolitanos, a cordialidade que eles exercem ao desconhecido, deixam de exercer à companheira, ao ponto de se presenciar a seguinte cena: um casal sai do supermercado, ela carregando sacolas e mais sacolas e ele uma caixa de cerveja e um saquinho com verduras (pra não dizer que não esta carregando nada), como se aquela fosse um objeto, e se por ventura vierem a se casar, ela não deixará de ser um objeto para ele, e sim é ai que as coisas irão piorar, “esqueceram de incluir o carinho e o respeito na colonização de Salvador”, porque se não bastasse a falta de carinho, falta o respeito que acaba sendo uma troca (ou a falta dela) mútua, sendo a poligamia um ato normal na vida dessas pessoas, mas não achem que um homem em Salvador trai sua mulher por “algo ou alguém melhor”, e sim por qualquer “coisa” que esteja acessível naquele momento.

Assim como, em mais de 1 ano de Salvador, ainda não conheci ou vi uma baiana que seja meiga, porque de que adianta para elas fazer cara de cachorro que caiu da mudança no meio do temporal tipo de mulher carente se ela não vai receber carinho de ninguém, falta carinho e respeito com quem esta lá, do lado deles, suas companheiras, que lutam assim como eles todos os dias, e mesmo assim, sempre sorrindo.

Salvador, terra da felicidade!
Mas é só felicidade sem carinho viu?

Festas.

14 julho, 2008


Ainda não tomei conhecimento de terra com mais feriados e motivos mais esdrúxulos possíveis para se festejar do que em Salvador.

Talvez seja essa a tomada que recarrega o bom humor desse povo, pois se uma folha cai no chão, ja pode virar motivo para festa, que na maioria das vezes, é absurdamente carinhosamente batizada de lavagem.

Quando conheci a famosa igreja do Bonfim, logo pasmei, não consegui naquele instante entender porque alguém levaria o dia todo para lavar aquelas escadinhas, vendo na televisão, imaginamos uma escadaria sem fim (como a escadaria da Penha no Rio), mas na realidade, são meros lances de escada, chega imaginei uma pessoa com uma escovinha de dentes na mão pra lavar aquilo, ai sim levaria um dia todo pra isso.

Mas o que a televisão não mostra, é a festa que rola em torno da escada, ficando a escada somente como desculpa pra festa, antes de vir a Salvador, achava eu que essa era a unica “lavagem” daqui, mas estava errado, até aonde não se tem o que lavar, se inventa uma lavagem, lavagem da casa de Fulando, do caro de Ciclano…

Tanto no Carnaval como no São João, a cidade para, pessoas chegam ao absurdo de pedir demissão de empresas mesmo estando em um cargo promissor ou cobiçado, caso a empresa não dê o recesso (que é de uma semana), escolas fechadas, férias quase forçadas, aquela metrópole agitada, engarrafada todos os dias, vive assim uma semana de solidão durante o São João, e uma semana de farras mijo, sujeira, violência, abusos no Carnaval.

E ta ai outra coisa que a televisão não mostra, a violência do carnaval de Salvador, e essa violência é gerada pela policia em sua maioria, o que chama mais atenção, é uma linha, “desenhada” no circuito do carnaval, de passeio e uso exclusivo da policia, se você se quer pisar nessa linha, seja você, branco, negro, japa, mulher, eunuco, albino, grávida, gringo, com certeza você vai apanhar, e é melhor apanhar calado, se não vai preso, então nem no carnaval tão prestigiado, em Salvador você esta a salvo.

É por essas, outras, algumas e mais outras que eu amo ficar em casa.

A Próxima Estação

11 julho, 2008


Lembram que eu falei da maldita esperança?

Chupado do MyNameIs

Contrastes.

11 julho, 2008


Como disse antes, vida de turista é comparada ao paraíso totalmente diferente habitante.

Quando se vem à Salvador como turista, você só vai aos melhores lugares mesmo que não pareça, faz todos os tours quase que obrigatórios e só enxerga beleza, arte e história por todos os lados, mas quando se decide mudar pra cá, você se assusta descobre o outro lado da moeda.

Que mais uma verdade seja dita, Salvador é uma das cidades mais lindas do país, com tanto que você não olhe para cima, não suba ladeiras e nem menos se aventure no Pelourinho.

Estava-mos de carro em um sábado, procurando um endereço no famoso bairro de Itapuã, que diga-se de passagem não tem nada demais, alias, tem casa feia demais, violência demais, buracos, botecos a não ser que você esteja acima do 4 andar em algum hotel, ai sim você vai perceber porque Vinicius amava esse bairro (a vista do mar de Itapuã contrasta totalmente com o resto, então se não for apreciada de cima, sozinha, nem se percebe que aquele é um dos cartões postais mais belos que você pode ver na vida), de ruas em ruas, entramos em uma que nos fez esquecer que estavamos até no Brasil de tão diferente que era, com estilo europeu, natureza equilibrada com cidade, muros e concreto (breve posto a foto aqui), imediatamente reduzimos para 0,5km por hora, porque ficamos em choque com tamanha beleza para contemplar tudo aquilo, pela primeira vez na minha vida senti extrema vontade de morar em algum lugar acima de qualquer coisa, mas tudo tem fim, inclusive a rua, então ainda estupefatos entramos na próxima rua, bem vindo a favela da Rocinha! Essa é placa que faltou lá, o contraste foi imenso, dando até vontade de dar ré e voltar para imediatamente a rua “perfeita” , das casas arborizadas a falta de reboco da outra rua, dos quintais que remetem a mais perfeita calma as casas erguidas ocupando o maior espaço possível, só o reboco, lajes tortas de 3 andares, para o máximo de pessoas possíveis, a rua pobre atrás da rua rica, nobreza e plebe lado a lado, da calma e cheiro suave a poluição sonora, visual e esgoto a céu aberto, sem contar as placas ou seria mais apropriado “as pRaca”? em portões enferrujados, com um português meio árabe de tantos erros, como “temo chis tudu” ou “Jesus te amaR”, e isso é só um exemplo rápido do que se sofre com a dor nos olhos que isso causa vê por aqui (essa parte também vou postar em breve com fotos), e em meio a tudo isso, duas coisas me chamaram atenção, uma faixa de 3 metros em letras vermelhas: “LAVA LENTO” , e mais a frente, no unico espaço verde da rua feia, uma placa escrita “não joGe lixo seu” e um porco desenhado no final; é, nem em meio a tantas dificuldades, esse povo não perde o humor.

Salvador morre nas ladeiras, ao subir uma você pode além de ser assaltado, entrar na boca mais perigosa se perder, se chocar com o contraste, sem aviso prévio, hora você baba com a arquitetura histórica ou os novos prédios, hora você tapa os olhos para não ver a falta de cuidado que tiveram com a cidade ou a falta de senso visual da população. É o mais completo contraste, Por todos os lados, em todos os bairros.


(Parte 1aqui.)

Como foi bom ser turista! Era só isso que eu pensava naquele ônibus.

Além do choque cultural, comecei a realmente sofrer naquele coletivo, já se passavam 1:30h de viajem, em meio a uma chuva repentina, engarrafamento, buzinas, buzinas e mais buzinas, o pior é que eu não fazia idéia de quão longe eu estava do destino, a não ser pelas placas de sinalização com a quilometragem escrita, mas logo vi que não me adiantava de nada elas estarem lá, porque o ônibus começou a dar voltas e mais voltas, eu passava por uma placa que sinalizava 17km de até o Centro Histórico, e meia hora depois passava por outra que apontava 15km (eu deveria ter ido de bicicleta), isso quando não via a mesma placa de 10 em 10 minutos, e lá estava eu, preso no ônibus, sem crédito para avisar do meu atraso, e com receio em descer para ligar e simplesmente esperar horas para pegar outro ônibus, sem contar a maldita esperança (que infelizmente é a ultima que morre) de chegar logo ao destino, então só me restava esperar.

No meio de todo esse caminho, já havia entrado 11 (onze) ambulantes, vendendo quase todo tipo de coisa e não só doces e afins, foi ai que comecei a notar o quanto o povo baiano é trabalhador, que essa lenda de preguiçoso não passava de mito, além do dialeto que em momento algum foi lento salvo a galera do fuminho e nem menos ouvi um “Oh meu Rei” se quer, vi também em meio a chuva, homens carregando botijões de gás em bicicletas e em carros de mão, ralando para conseguir o sustendo de sua familia, sem se importar com aquela chuva e com uma cara de quem estava feliz em fazer aquilo, sempre alegres, o mundo ta acabando, mas o povo baiano sempre será alegre.

Nessa hora chega bateu aquele arrependimento por ter prejulgado esse povo, devido a criação que tive, de que baiano é sempre lerdo e preguiçoso, sempre sinônimo de falta de interesse pela vida, falta de ação ou reação, quando que em Brasília você vai ver alguém trabalhando na chuva? E com um sorriso??? Simplesmente nunca! Além de ser extremamente raro de ver alguém trabalhando no chuva, se houver, com certeza esse terá cara de psicopata, e não estará nem um pouco perto da felicidade.

Agora verdade seja dita, o que o povo baiano tem de ativo, tem de festeiro, mas essa é outra história que conto depois.

Ah! E sobre o meu encontro, dei um bolo acidental na pessoa, demorei 3:30h (isso mesmo! três horas e meia!) para chegar no Centro Histórico, e com certeza ela não estava mais lá, ainda pra amortizar o peso na consciência, a procurei por um tempo, mas não encontrei ninguém, e como toda mulher puta da vida que leva um bolo, ela não me atendeu naquele dia, acho que ela não atendeu ninguém porque troquei de numero umas 4 vezes e nada, quando retornei pra casa, havia um scrap curto e grosso dela: “MUITO OBRIGADO PELA TARDE MARAVILHOSA QUE EU TIVE!”